TEORIAS DA HISTÓRIA


“A maior parte da documentação utilizada em história é escrita, a ponto de se considerar, impropriamente, como ‘tempos históricos’ aqueles tempos que iniciam com a invenção e a difusão da escrita. Na verdade, isso não é correto.”
(BORGES, 1980, p. 56)
Considerando as observações acima, escolha a alternativa que define corretamente o que é documento histórico:


Todas as grandes transformações ocorridas ao longo da História.


Todos os vestígios do passado que os homens e o tempo conservaram.


Todos os acontecimentos do passado e do presente, narrados em documentos oficiais.


Toda a produção artística criada pelo homem ao longo da história.


Todos os registros escritos deixados pelas gerações passadas.

“A caminhada que a humanidade fez explica muito sobre a própria humanidade, assim como o que uma pessoa faz explica muito sobre ela. É à caminhada da humanidade que damos o nome de processo histórico.” (BORGES, 1980, p. 48)
 Nesse sentido, deve-se entender por processo histórico:


As transformações ocorridas entre Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea.


As transformações ocorridas entre os vários calendários históricos adotados pelas diversas civilizações.


As transformações históricas que ocorreram no mundo e estabeleceram uma ruptura com o passado.


A linha constante e progressiva de todo desenvolvimento na história da humanidade, englobando todas as culturas.


As ações humanas numa dada sociedade que não apresenta, necessariamente, uma linha constante e progressiva de desenvolvimento.

O positivismo nasceu com o francês Auguste Comte, no século XIX, e influenciou significativamente as ciências humanas. No caso da História, seu principal expoente foi o historiador alemão Leopold Von Ranke, e seu pressuposto é de uma história universal, objetiva e sem conflitos. Dentre as alternativas abaixo, escolha a que apresenta corretamente algumas características da historiografia positivista.


Privilégio da história econômica e objetividade científica.


Objetividade científica e criticidade do historiador.


Ideia de uma história local e privilégio de um tempo de longa duração.


Neutralidade científica, fetichismo do documento e privilégio da história política.


Irredutibilidade do fato e privilégio de fatos cotidianos.

Fernand Braudel foi o historiador francês que deu continuidade aos trabalhos dos Annales, após os afastamentos de Lucien Febvre e de Marc Bloch. Estando à frente da revista dos Annales, a partir de década de cinquenta, marcou a segunda geração dessa escola. São características da historiografia de Braudel:


O papel da religião na formação das sociedades europeias e sua correlação com o imaginário.


O determinismo configurado pelo espaço físico, ou seja, a geografia possui um papel de grande importância no estudo do passado.


O determinismo econômico, imposto através dos diferentes níveis de vida social.


O estudo aprofundado das mentalidades, enfatizando a relação entre história e psicologia humana.


O privilégio dos acontecimentos políticos, principalmente o reinado de Felipe II.

O movimento iniciado em torno da revista dos Annales teve como característica a reflexão de dois historiadores tanto em relação à sua área de estudos, como sobre suas formas de trabalho. Nesse contexto, assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, tais preocupações:


Valorizar a criação de arquivos. Elevar a história à categoria de ciência. 


Privilegiar os aspectos econômicos. Priorizar a utilização de documentos escritos.


Elevar a história à categoria de ciência. Valorizar a criação de arquivos.


Partir da noção de uma história-problema. Envolvê-la nos próprios paradigmas.


Tirar a história de seu isolamento disciplinar. Partir da noção de uma história-problema.

De acordo com a visão positivista da História, o documento escrito é imprescindível para a comprovação de um fato histórico. Para se alcançar tal objetivo, assinale, dentre as alternativas abaixo, a que melhor se encaixa neste método:


A utilização de material iconográfico como complemento ao documento escrito.


A utilização na pesquisa do máximo de documentos possíveis, baseando-se na estatística.


A utilização de vários tipos de documentos escritos, incluindo cartas e diários de bordo.  


A utilização da documentação se baseia na qualidade do material e não na quantidade.


A utilização de conhecimentos nas diversas áreas do saber, ao interpretar o documento.

 “Há a considerar, também, o fato de que nenhum historiador pode, com segurança, utilizar-se dos resultados do trabalho do outro, como acontece nas ciências constituídas, pois não lhe é possível saber se foram obtidos por processos dignos de confiança. (...) Um historiador não deve nunca trabalhar com material de segunda mão. (...) Uma ciência tão complexa quanto a história, onde é preciso acumular ordinariamente milhões de fatos, antes que uma conclusão possa ser formulada, não pode edificar-se sobre este perpétuo recomeçar. (...) Para conseguir o processo da ciência devemos combinar os resultados de milhares de trabalhos de pormenor.”

LANGLOIS, Ch. & SEIGNOBOS, Ch. Introdução aos Estudos Históricos. São Paulo: Renascença, 1946.

O fragmento acima, da obra dos historiadores franceses, exemplifica a persistência e o cuidado com as fontes que têm os positivistas para se chegar à verdade. Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o ofício do historiador nessa perspectiva historiográfica.


O tempo presente do historiador e as questões que ele carrega são fundamentais.


O historiador deve ser imparcial e tem como tarefa enumerar, classificar e ordenar os documentos.


A diversidade do material a ser consultado é o que garante a credibilidade científica da pesquisa historiográfica.


A interdisciplinaridade como pressuposto básico para o entendimento dos documentos.


A capacidade de análise do historiador é o que qualifica o trabalho historiográfico.

A historiadora norte-americana Bárbara Tuchman reconhece a lacuna existente entre o fato ocorrido e o registro desse fato, e que, para ela, tal lacuna só poderá ser preenchida pela imaginação do historiador. De acordo com o que você já estudou, pode-se dizer que uma das diferenças entre um historiador e um romancista se baseia no fato de que o historiador:


procura se afastar de tudo que não possa ser comprovado.


tem pouco interesse pelas narrações fictícias.


preocupa-se em narrar o fato tal como ocorreu.


realiza seu estudo na observação e acumulação de fatos.


é impossibilitado de usar a imaginação.

O historiador, ao interpretar um fato, não deve se isolar em sua especificidade. Neste sentido, dadas as especificidades de cada ciência, é possível ampliar e completar a visão da história através:


dos grandes acontecimentos.


da grande quantidade de documentos existentes.


da descoberta de novos sítios arqueológicos.


da interdisciplinaridade.


de uma análise macroscópica da história.

“(...) o passado só foi empregado tão ativamente para explicar o presente no desígnio do melhor justificar ou condenar”. (Bloch, 2001, p. 58) De acordo com essa afirmação do historiador francês, conclui-se que grande parte da historiografia revela:


Uma incerteza.


Uma verdade absoluta.


Uma sabedoria.


Um descontentamento.


Um julgamento.

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